quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Banksy, quero conhecer você !!

Claro que eu e a torcida do Corinthians e do Flamengo compartilham esse mesmo desejo de saber quem é, de verdade, esse talentoso artista inglês, que além da street art, decidiu enveredar agora também pelo cinema com o documentário (seria mesmo um documentário???) Exit Through The Gift Shop. Assisti ao filme ontem, em uma concorrida sessão da Mostra Internacional e simplesmente adorei.

Irônico, ácido e acima de tudo, muito divertido, a produção tem como ponto de partida a figura de Thierry Guetta, um francês, radicado em Los Angeles e seu hábito de registrar com uma câmera tudo o que vê pela frente. É então que começa a filmar o trabalho de grafiteiros gringos como Borf, Shepard Fairey e Space Invader. Claro que a cereja do bolo seria acompanhar Banksy e não é que ele consegue!!! Só que o filme que Thierry faz fica uma porcaria e Banksy sugere que ele mesmo comece a fazer uns grafites e colagens pela cidade. Thierry decide então fazer uma mega e surreal exposição. Tudo é tão engraçado e surreal que eu pensava a todo tempo se tudo aquilo era verdadeiro. Parece um desses filmes tipo Bruxa de Blair, Atividade Paranormal, que falam que é de verdade, mas é de mentira, sabe?

Há quem diga que tudo foi uma grande invenção do Banksy para criticar o mercado, o apetite da mídia pela street art e também o valor dessa manifestação artística. Eu fecho com a ideia de que tudo é uma grande tiração de sarro do Banksy, mesmo porque, as obras de Thierry, que passa a usar a alcunha do Mr. Brainwash, não passam de "xupinhações" esdrúxulas de obras da pop art.

Hoje dei uma busca na net à procura de Mr. Brainwash e tudo o que achei é relacionado ao filme, tanto de informações como de imagens. Seu site oficial está em construção.

Mas, sendo verdadeiro ou não, o que importa é que o filme uma grande sacada de Banksy, figura de uma inteligência extraordinária. Não sei se o filme vai entrar em cartaz, mas se você curte street art, dá um jeito de baixar na internet. Boas risadas estão garantidas. E ótimas discussões pós filme também.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Amedrontada !!!

Ontem, pleno domingo à noite, zapeando na TV, decidi ver um pouco do debate entre Dilma e Serra que a Rede TV exibia. Foi difícil conseguir assistir por muito tempo. Isso porque debate, debate mesmo, não tinha muito ali, não. Agora, acusações e xingamentos velados, ah isso tinha de baciada. Fora que o Serra, simplesmente não respondia às questões da Dilma sobre a política de privatização, marca registrada do PSDB. O Senhor Burns brazuca disparou a falar sobre projetos anti-drogas e de tratamento de dependentes e nisso ficou. E aí, minha gente, desisti de ver o tal "debate" porque, de verdade, essas eleições tem me provocado um misto de emoções: raiva, tristeza e desilução. Sentimentos esses que começaram a aflorar na noite do domingo, 3 de outubro com os primeiros resultados das eletrônicas urnas.

Daí foi aquilo: Alckmin eleito já no primeiro turno (completando 20 anos de tucanos à frente do governo de São Paulo), Tiririca com mais de um milhão de votos, e... Serra no segundo turno. Fiquei verdadeiramente arrasada, com medo, na mesma linha da Regina Duarte lembra? Mas claro que em outra direção.

Com o começo da campanha política, o nível foi descendo, descendo, descendo, a tal ponto que parece que estamos no começo do século 20. Pessoas estarrecidas com um possível apoio de Dilma a descriminalização do aborto e à união entre pessoas de mesmo sexo. A moral e os bons costumes da família brasileira sendo ferida por aquela que "mata criancinhas", como afirmou Monica Serra, que em dado momento de sua vida fez aborto, como milhões de outras brasileiras (aqui, mais uma da série: quem fala o que quer, ouve o que não quer...). Claro que a discussão do aborto precisa ser encarada de frente, porque na prática, quem morre em decorrência disso são mulheres pobres. Mas gente, vamos combinar a questão tem que ser tratada livre de julgamentos morais e cristãos.

E dando continuidade ao nosso processo eleitoral, o senso democrático é somente um termo bonit para ser usado na propaganda da TV: Maria Rita Khel demitida do Estadão, panfletos anti-Dilma circulando em igrejas, bate boca dos tucanos com padres progressistas. E assim nossa democracia vai descendo ladeira abaixo.

Triste. Tenho a sensação que num momento como esse, apenas poderes astrais podem nos proteger de José Serra. Como publicado no editorial do Jornal Brasil de Fato: "Dilma pode não ser o governo de nossos sonhos, mas Serra seria o governo de nossos pesadelos". Sim, pesadelo esse, dos mais terríveis.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Tristeza do Jeca com acordes de guitarra

Um dos maiores prazeres dessa vida é ver e ouvir, ao vivo e em cores, aquela banda ou artista tão adorado num palco, ali bem pertinho da gente. Cantar junto as letras, vibrar com aquele acorde que anuncia a canção tão desejada é, realmente, um prazer quase que sexual.

Amo Pixies. Muito. Demais. Além de sua qualidade musical, o grupo de Boston, tá no meu coração, porque faz parte de uma época da minha vida muito boa, de grandes descobertas, pessoais e musicais. Foram os Pixies que me levaram a conhecer Clash, Sonic Youth, Beastie Boys, Violent Femmes e tantas outras coisas tão boas quanto. Fora que eles são presença constante no meu ipod, no meu computador e no meu DVD.

Da primeira vez que eles estiveram no Brasil, não pude ir até Curitiba para vê-los. Quando soube que viriam novamente, meus olhos brilharam de tanta emoção. Mãns.... eis que logo a Caroline aqui, voltou para a luz. Preços abusivos, num lugar mega distante e de difícil acesso, logo me mostraram que não seria dessa vez.... Fiquei na dúvida se entrava no especial e me endividava horrores para ve-los (640 reais é demais). Porém, achei um acinte tudo isso, um desrespeito com os fãns (fiz as contas e era mais barato ir pra Buenos Aires assistir ao show) e, com o coração partido, decidi que não iria.

Hoje, há poucos dias do show, confesso que me bate uma tristezinha em saber que não estarei lá. Mas ainda bem que daqui a pouco isso passa. Ainda bem. Mas deixo aqui o meu protesto contra esses preços absurdos dos shows. Muitos outros deixei de ver por causa do preço. Talvez eu seja pobrinha, mas é um absurdo tudo tão caro, sendo que pode ser barato (vide os shows no Sesc, como o do grande Pharoah Sanders).
Sorte teve minha sista Francine Ramos que viu os Pixies em Boston.

http://www.youtube.com/watch?v=1RnfH-tLIac