terça-feira, 28 de setembro de 2010

A Real do Real

Eu sei que o mundo é cão e que a selva é de pedra. Mas não quero (e não vou) perder meu inconformismo, mesmo porque, ele é um dos sentimentos-pilares que devem fazer parte de nossa vida. Neste final de semana, um incêndio destruiu grande parte da favela do Real Parque, que fica próxima à ponte Espraiada, fundo do cenário do SPTV da Globo e do ladinho do chiquérrimo e luxuoso shopping Cidade Jardim (portanto um lugar mega blaster estratégico dentro do mundo da especulação imobiliária paulistana).
Obvio que a situação na favela estava tensa, muito tensa. Famílias perderam tudo o que tinham e ainda tinham que presenciar o descaso do governo com aquela situação. Soube de fontes próximas que o lance não estava pior, porque o "crime" estava segurando as rédeas da situação.
Nesta segunda-feira, parte dos moradores da favela, fizeram um protesto e bloquearam a pista expressa da Marginal Pinheiros, durante duas horas.
A cobertura do episódio pelo Jornal da Globo foi nojenta e abominável (como de costume). Falaram da violência e do caos que a manifetsação provocou no trânsito de São Paulo e nem por um momento, falaram sobre a crítica situação de quem vive ali. O que escrevo aqui não é nenhuma novidade para quem tem uma gota de senso crítico, mas precisava postar.
Há menos de dois anos, fiz um trabalho de comunicação comunitária com jovens da favela do Real. Foi um dos trampos mais bacanas que fiz como jornalista e sei da riqueza e do valor daquelas pessoas que vivem por ali.
Como disse, a situação lá é bem crítica, assim que, quem puder colaborar pode fazer isso, levando roupas, leite em pó, água, colchonetes, cobertores e alimentos não perecíveis para a rua Paulo Bourrol, que fica logo na entrada da favela.

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